• 4 de julho de 2025

Plenária lotada lança plebiscito popular pela isenção do imposto de renda e redução da jornada de trabalho em Caxias do Sul e região

 Plenária lotada lança plebiscito popular pela isenção do imposto de renda e redução da jornada de trabalho em Caxias do Sul e região

Na manhã desta sexta-feira, 4 de julho, o auditório do Sindicomerciários Caxias ficou lotado no lançamento do Plebiscito Popular pela redução de jornada de trabalho sem redução de salário, o fim da escala 6×1 e a isenção de pagamento de imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O evento, contou com a presença da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS). 

A deputada é autora do projeto de lei (PL 67/2025) que pode representar um grande avanço para os trabalhadores brasileiros, especialmente para os comerciários. A proposta prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e garante pelo menos dois dias consecutivos de descanso remunerado, colocando fim à escala 6×1 tão comum no comércio.

A deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), fez questão de afirmar que é fundamental uma ampla mobilização nas ruas para conseguir aprovar as mudanças, tanto da jornada quanto da isenção do imposto de renda para os trabalhadores que recebem até R$5 mil reais. “Estas mudanças são fundamentais para uma melhor distribuição de renda. Teremos que lutar contra a força do falso discurso utilizado por quem está do lado da exploração do trabalho. Sabemos que somos nós trabalhadores que fazemos a roda da economia girar. Para essa luta, me coloco a disposição, para lutar por esta transformação social. Precisamos mudar a consciência política. O plebiscito vai fazer contraponto aos ataques constantes e covardes ao povo e seus representantes. Não vamos permitir, aceitar, esta covardia em forma de política que oprime, explora os trabalhadores. Se produzimos, também é nosso! ”

Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, chamou a todos para um grande trabalho de divulgação do plebiscito e das propostas: “Nós queremos liderar e iniciar um grande movimento em Caxias e região da Serra pelo fim da escala 6×1, na defesa da 5×2, sem diminuição de salário, com 40 horas semanais, para que os trabalhadores e trabalhadoras tenham uma vida além do trabalho com suas famílias, mais saúde e qualidade de vida!”

Nilvo Riboldi Filho

PARTICIPAÇÃO DAS ENTIDADES

Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e CTB-RS, iniciou a participação das entidades, afirmando que taxar os mais ricos e isentar os trabalhadores e trabalhadoras que ganham até R$ 5 mil reais é colocar mais dinheiro no bolso do trabalhador, e que só vai melhorar a economia. “Além disso, a isenção no imposto para os trabalhadores e a redução da jornada de trabalho são bandeiras fundamentais neste momento. Elas podem causar uma melhoria na qualidade de vida ainda maior que as negociações coletivas este ano, tamanha a sua importância! ”, complementou. “O projeto da deputada Daiana, apoiado por nós, atingiria mais da metade dos trabalhadores, ajudando a combater as doenças que estão atingindo eles. Mais de 500 mil trabalhadores e trabalhadoras brasileiros foram afastados por estarem doentes, só no RS foram mais de 37 mil! ”, relatou Guiomar.

Guiomar Vidor

Tacimer Kulmann da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Caxias do Sul, da CSB, lembrou da importância da redução da jornada de trabalho para que os trabalhadores e trabalhadoras possam ter vida familiar. “Hoje, as esposas e os maridos praticamente não se veem mais, nem mesmo conseguem estar com seus filhos. A saúde do trabalhador também inicia em poder estar com sua família! ”

O ex-deputado e, presidente do PCdoB em Caxias do Sul, Assis Melo, em seu discurso inflamado, chamou os trabalhadores para a luta: “não podemos negar a política. Esta é uma luta de classe. Os trabalhadores e trabalhadoras estão sendo chamados para, novamente, fazer história. Precisamos tomar as ruas, fábricas, empresas, os lares, levando a importância da votação e aprovação. Pressionar o Congresso. ”  Para Assis, “se não tomarmos as ruas, corremos o risco de deixar o trem passar mais uma vez, e, aqueles que, em sua maioria, sabemos que não estão do nosso lado, dos trabalhadores, votarem do lado que sempre votam, que não é do trabalhador, e sim do patrão! ” Lembrou a frase que já falou muitas vezes que “o Brasil vai se tornar um país de miseráveis se continuarmos a deixar que retirem direitos e, precarizem o trabalho. Para que isso não aconteça, os trabalhadores estão sendo chamados para mudar o país! ”, concluiu.

Sérgio Marino Ribeiro Neves, do Sindicomerciários de Bento Gonçalves, da UGT, ressaltou a importância do diálogo com os trabalhadores e trabalhadoras sobre sua participação nesta luta. Devemos ir para as bases, retomar a luta sindical nas ruas, ampliara a participação”. Também lembrou que é importante utilizar e valorizar os canais de comunicação com os parlamentares, “poucos, que realmente estão do lado do trabalhador, pois a grande maioria está lá na defesa dos empresários, de quem detém o capital”. “Devemos discutir sim a precarização dos vínculos de trabalho, a ‘uberização’”.

Nelso Bebber, do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e, representando a CUT, falou sobre a importância de taxar os ricos, grandes fortunas e investimentos. Ressaltando que também precisamos discutir, mais do que nunca, a redução da jornada de trabalho, e, a substituição cada vez maior dos trabalhadores por máquinas, muitas vezes com dinheiro e recursos do setor público para os grandes grupos, que não têm a menor responsabilidades com os empregos, os trabalhadores e trabalhadoras que perdem seus postos de trabalho.

Para Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, “é vergonhoso que os trabalhadores paguem mais imposto proporcionalmente que os empresários”, “ou que não sejam taxadas certos tipos de lucros ou investimentos”. “Está mais do que na hora da população, dos trabalhadores e trabalhadoras se unirem, e sabermos que precisamos de representantes, políticos, que realmente lute pelos trabalhadores. Com o Congresso como está, sem pressão popular, só os empresários e ricos aprovam o que os beneficiam”, pondera Nilvo.

VEJA COMO VOTAR NO PLEBISCITO:

Abigail Pereira

Para explicar o plebiscito, foi chamada a ex-vereadora de Porto Alegre, Abigail Pereira, que atuará através do gabinete da deputada federal Daiana, na organização da consulta popular. Abigail lembrou do Plebiscito Nacional sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em 2002, com a participação de mais de 10 milhões de pessoas, para explicar como é realizado um plebiscito e sua importância. Lembrou que “é fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras, a população em geral, seja mobilizada, para a participação. Em Caxias, destacou Ivanir Perrone, do Sindicomerciários, como referência para a busca de informações e, ressaltou o endereço na internet: plebiscitopopular.org.br.

O plebiscito tem início em 1º de julho e, o período oficial de votação ocorrerá de 14 a 21 de setembro, com participação aberta, gratuita e voluntária. Segundo os organizadores, o Plebiscito Popular contará, neste momento, com duas modalidades possíveis para a coleta de votos, ambas apenas de forma presencial. Uma delas é via urna, com o uso de listas de votantes e cédulas padrão. A outra forma é digital, mas também presencial. Neste formato, a pessoa poderá votar acessando um link via QR Code vinculado a cada urna de votação, que direcionará a pessoa ao sistema de votação.

Sua realização é uma iniciativa dos movimentos sociais, centrais sindicais, juventudes, artistas, entidades e partidos progressistas para ouvir a população brasileira sobre temas urgentes e pressionar por mudanças fundamentais.

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