Campanha Salarial: Lojistas de Caxias seguem intransigentes
Na tarde dessa quinta-feira, 04, ocorreu mais uma negociação junto ao setor patronal de lojas, o Sindilojas, e mais uma vez eles se mantiveram intransigentes ao oferecer apenas reajuste parcelado e propor congelamento de cláusulas sociais como o triênio, quinquênio, quebra de caixa, prêmio de domingos e feriados da Convenção Coletiva de Trabalho. Tais propostas, na visão do Sindicomerciários Caxias, são inaceitáveis e revelam falta de disposição dos patrões para fechar o acordo e valorizar de forma justa seus funcionários.
O Sindicomerciários Caxias rejeitou a proposta de parcelamento do reajuste oferecida, de pagamento de apenas 70% na primeira parcela e 30% somente em janeiro do próximo ano.
ACORDO JÁ
Para Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, “não existe possibilidade de negociação de nada que não seja a reposição da inflação acumulada, 11,92% sem parcelamento, de acordo com o INPC”. Nilvo também entende que congelar mais um ano os direitos das Cláusulas Sociais não será aceito pelo sindicato.
Nilvo fez questão de salientar a disposição do Sindicomerciários Caxias para que o acordo seja fechado. “Nosso compromisso é com o diálogo e com o que é justo, porém a postura dos patrões está na contramão do que espera a categoria comerciária de lojas.”
Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e CTB-RS, ressalta que a inflação, principalmente em Caxias do Sul, “é superior ao índice oficial, e não repor de maneira integral é um desrespeito com a categoria, com os trabalhadores”. Para Vidor, os trabalhadores estão vendo dia-a-dia seu salário perder o poder de compra devido a inflação descontrolada, e, é inadmissível que o setor que, de acordo com os indicadores, demonstra crescimento nas vendas, queira que os funcionários paguem a conta novamente. “Estamos falando de negar a reposição da inflação para pessoas, trabalhadores, que ganham em média R$ 1.500 reais, que trabalham domingos e feriados, que estiveram durante toda a pandemia dando o melhor de si, se arriscando para manter o abastecimento. Os comerciários e comerciárias precisam ser respeitados e valorizados”, ressalta. “Como é possível que outros setores do comércio estejam fechando suas convenções até mesmo com ganho real, com 12% de reposição, e os patrões lojistas digam que não é possível? ”, questiona.
Para as próximas semanas estão sendo esperadas novas rodadas de negociação.