MOVIMENTO SINDICAL OCUPA TRIBUNA DA CÂMARA DE VEREADORES PARA CONVIDAR PARA A PLENÁRIA PELO FIM DA ESCALA 6X1
Na manhã desta quinta-feira, 13 de novembro, Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, representando as entidades do Movimento Sindical, falou na Tribuna da Câmara de Vereadores, na 119ª Sessão Ordinária, convidando a todos para a Plenária sobre o Fim da Escala 6 x 1 com o Senador Paulo Paim e a Deputada Federal Daiana Santos, no próximo dia 19 de novembro.
Os demais vereadores foram convidados para a plenária, que inicia a partir das 14 horas na Câmara de Vereadores, na quarta-feira, 19. Veja abaixo, na íntegra a fala na tribuna e, o convite para o evento:
“Quero começar dizendo que é uma honra estar aqui representando os comerciários e comerciárias de Caxias do Sul — uma categoria que, desde 1932, carrega um papel histórico de protagonismo nas lutas por melhores condições de trabalho no Brasil.
E hoje, quase um século depois, seguimos firmes na defesa de uma causa que continua atual e necessária: a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1. Nós comerciários lutamos pela escala 5×2, com dois dias consecutivos de descanso na semana!
Essa é uma luta que afeta diretamente a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras — especialmente no comércio, onde a jornada exaustiva, os domingos trabalhados e a pressão por metas têm adoecido as pessoas. Mas não apenas no comércio, e sim em praticamente todos os setores da economia. Vivemos uma realidade de super exploração do trabalho, o que inviabiliza até mesmo o convívio com os filhos.
Nós, comerciários, sabemos bem o que significa trabalhar 6 dias por semana, muitas vezes sem tempo pra família, pra estudar, pra cuidar da saúde, pra viver.
E é por isso que estamos aqui: porque queremos tempo para viver.
Com a nossa mobilização recente, nós mostramos que lutar vale a pena.
Conquistamos a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o desconto para quem ganha até R$ 7.350.
Essa foi uma vitória importante — e mostra que quando trabalhadores, sindicatos e a sociedade se unem por um objetivo comum, a mudança acontece.
Agora, a nossa prioridade é essa: garantir que o trabalho sirva à vida, e não o contrário.
O Projeto de Lei 67/2025, da deputada Daiana Santos, representa esse novo passo. Ele busca assegurar uma jornada mais humana, dois dias de descanso consecutivos e o fim do modelo exaustivo da escala 6×1.
E há um movimento positivo em torno disso — inclusive com o governo federal reconhecendo a importância dessa pauta. O ministro Luiz Marinho já afirmou: “se preparem, que vem aí o fim da escala 6×1”.
E por que essa mudança é tão necessária?
Porque reduzir a jornada melhora a saúde mental e física dos trabalhadores. Jornadas mais curtas significam menos estresse, menos afastamentos por doenças e mais qualidade de vida.
Reduzir a jornada também aumenta a produtividade — trabalhadores descansados produzem mais e faltam menos.
Além disso, gera mais tempo para a vida social, para o lazer, para o convívio com a família. Uma jornada reduzida amplia o tempo para o estudo, o autocuidado, o esporte e a cultura — coisas que fortalecem os vínculos sociais e fazem bem à sociedade como um todo.
Há também um impacto direto na economia: com mais tempo livre, as pessoas consomem mais em lazer, cultura, serviços e turismo. Isso dinamiza a economia local e cria novos empregos.
E tem um ponto fundamental: a redução da jornada ajuda a combater as desigualdades sociais.
Quando há redistribuição das horas de trabalho, mais pessoas podem ser empregadas, e isso diminui a desigualdade.
Para as mulheres, o impacto é ainda mais significativo. A jornada reduzida favorece o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, reduz a sobrecarga, fortalece a autonomia e a participação social.
Por tudo isso, a luta pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada é, sim, uma luta de civilização contra a exploração.
A gente quer um país que produza riqueza sem destruir quem trabalha.
Queremos um trabalho digno, humano e que respeite o tempo das pessoas.
Nós, comerciários de Caxias do Sul, estamos juntos nessa caminhada.
Porque sabemos que quando o trabalhador conquista tempo para viver, toda a sociedade ganha.”











