• 11 de outubro de 2024

Comerciários garantem direitos sociais e reposição das perdas nos acordos coletivos de 2017

 Comerciários garantem direitos sociais e reposição das perdas nos acordos coletivos de 2017

Mesmo em um momento muito difícil para as negociações, o balanço do Sindicomerciários sobre a campanha salarial até agora é de vitórias importantes. Para os comerciários de mercados, lojas varejistas, siderúrgicos e de peças automotivas, os acordos coletivos deste ano já estão selados, alguns com aumento real e todos com a reposição da inflação no período, além da garantia dos direitos sociais obtidos pela categoria ao longo de muitos anos e que hoje estão ameaçados pela reforma trabalhista de Temer.

Não há dúvidas que o ano de 2017 está sendo marcado como um dos mais difíceis para se negociar reajuste salarial e cláusulas sociais, isto devido às ameaças da reforma trabalhista e o desemprego gerado pela crise. Outro fator de dificuldade é o índice inflacionário da data-base da categoria que ficou em torno de 2%.

Aumento real e reposição

Mesmo com todas as dificuldades para negociar com os patrões, o Sindicomerciários tem conseguido índices de reajustes acima da inflação, inclusive nos pisos, e garantia de revalidação das cláusulas sociais. “Nesse momento de crise, isso é considerado uma conquista”, avalia Silvio Frasson, presidente da entidade.

No setor de mercados, o índice de reajuste foi além da inflação, chegando a 3%. O piso contou com aumento de 6.47% (R$ 1.235). No setor de lojas, o piso chegou a 4.36% (R$ 1.245). Siderúrgicos e comerciários de peças também tiveram índices superiores a inflação, 3.20% e 2.70%, respectivamente.

Garantia dos direitos sociais

A reforma trabalhista, que entrou em vigor no último dia 11 de novembro, veio para aniquilar os direitos dos trabalhadores. Por isso, neste ano, o Sindicomerciários priorizou a luta pela manutenção de direitos que a categoria garantiu com muita luta ao longo dos anos, tais como auxílio creche, triênio e quinquênio, pré-aposentadoria de 12 meses, piso da categoria, piso comissionado, quebra de caixa, prêmios em domingos e feriados, entre outros.

O trabalhador não pode ficar sozinho

O Sindicomerciários também chama a atenção para a necessidade de união da categoria e para a defesa da entidade de classe dos comerciários e comerciárias, pois a reforma trabalhista também visa o enfraquecimento dos Sindicatos como legítimos representantes dos trabalhadores. “A grande mídia e os patrões fizeram o trabalhador acreditar que não deveria contribuir com o seu sindicato. Mas, quem ganha com um sindicato fraco? Eles, os patrões!”, alerta Frasson.

Ganância patronal impede avanços

“Sempre foi complicado negociar com os patrões. infelizmente, eles visam única e exclusivamente o lucro. Não estão preocupados com o poder de compra e sustentabilidade dos trabalhadores. Este ano, está ainda pior. Chegar ao índice de inflação é uma grande luta, ultrapassar isso é uma vitória. Além do reajuste, este ano tivemos que lutar ainda mais para defender as cláusulas sociais. Visto que a reforma trabalhista está aí, retirando nossos direitos. Então, como um dos itens da reforma é prevalecer o negociado sobre o legislado, lutamos para defender essas cláusulas e negamos qualquer tipo de tentativa de retirada desses direitos conquistados a muito custo ao longo dos anos”, ressalta o presidente.

O Sindicomerciários Caxias representa comerciários de diversas áreas, tais como lojas atacadistas, lojas varejistas, mercados, vendas de peças, farmácias, funerárias, concessionárias e siderúrgicas. Além de Caxias do Sul, a abrangência da entidade compreende Flores da Cunha, Nova Pádua e São Marcos. Cerca de 20.000 trabalhadores fazem parte dessa categoria. “Estamos na briga para garantir os mesmos direitos nos demais setores que ainda não tem o acordo fechado”, lembra Frasson.

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